Como estávamos felizes naquela noite, e como tudo aconteceu
tão rápido....
Em um minuto estávamos bem e no outro...
Ouvia barulho de ambulância chegando, pessoas ao meu redor
conversando, parecia aos meus ouvidos sussurros de um pesadelo... Diziam que o
carro estava destruído, que a moça estava certamente morta, e que se eu estivesse
vivo era um milagre...
Como assim, Barbará morta, eu um milagre?
Isso só pode ser um
pesadelo, não com certeza é um pesadelo, logo irei acordar, mas então desmaie.
O que sei, contaram-me
depois...
Fiquei um mês em coma induzido e pouco a pouco os médicos
foram trazendo-me de volta do lugar que estava agarrado. Quando realmente
voltei, todos disseram que era um milagre, mas eu não queria ser o “milagre”,
não depois de ter ouvido o que eles me disseram, não depois de saber que a
Barbará, oh meu Deus a Barbara, só de saber que não ouvirei aquele riso, o som
de sua voz, não andaremos nunca mais de mãos dadas, não envelheceremos juntos.
Milagre! Não quero ser a droga de um maldito milagre.
Tento abraçar meu corpo inteiro, criar uma espécie de
casulo, um lugar no qual somente eu possa estar um lugar no qual possa gritar
chorar, gritar, chorar...
By. Cristina Rodrigues Carvalho
By. Cristina Rodrigues Carvalho